Dependência Química IV
Aí foi seguindo a vida, já não queria estudar, ficava depressivo de ter que ir ao Colégio, não suportava disciplina, comando.
Com isso, não demorou muito para que este novo e aparentemente maravilhoso hábito, que me resgatava das
minhas angústias, mesmo as que são próprias do crescimento, se tornassem uma espécie de necessidade
diária. Comecei a experimentar o álcool (que era até então o mais prazeroso "costume" entre todos), aos
poucos, mas nunca fez parte da minha personalidade a "prudência"... eu exagerava, mentia em casa que
iria para casa de amigos estudar enquanto na verdade ia para verdadeiras reuniões dedicadas ao uso de álcool,
maconha, comprimidos, e, claro, não demoraria para conhecer também a cocaína...
Para mim era um mundo novo e maravilhoso, cheio de promessas de prazer infinito, do qual eu
poderia sair quando quisesse, pois usava apenas quando bem desejava... Problema foi que este "quando
queria" passou a ser cada vez menos esporádico e mais frequente, até se tornar diário. Meus pais ainda
se iludiam (o que é comum nas famílias, que se recusam incoscientemente a notar que estão perdendo seus
amados filhos, netos, sobrinhos, para o vício, cujas consequências, apesar de impossíveis de
determinar, são quase sempre nefastas). Logo a "magia" ia se tornando uma dependência, e a única
maneira de me sentir bem, e mais à frente a única maneira de não me sentir um verdadeiro lixo humano,
enquanto usava... Quando vi que as coisas estavam ficando sérias, não podia mais parar sozinho, e não
era capaz de admiti-lo. Foi o início do fim...
....Parte IV....
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